MaRIas
Research Group on Gender and Internacional Relations
Institute of Internacional Relations from University of São Paulo
Como começamos
As Relações Internacionais (RI), por muito tempo, foi uma disciplina pensada por homens e focada nos estudos da paz e da guerra. Somente na década de 1990, as mulheres começaram a romper com essa barreira e iniciaram estudos de Gênero e Relações Internacionais de forma mais sistemática. Ou seja, estudar Gênero é uma resistência ao que chamamos de mainstream (conhecimento consolidado no campo).
Essa resistência também faz parte do DNA das MaRIas. O grupo foi criado em maio de 2017 por pós-graduandas do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (IRI-USP). Nós sentíamos a necessidade de aprenderemos e debateremos sobre Gênero e RI e não encontrávamos matérias ou professoras (es) que abordassem o assunto no instituto.
Entre 2017 e o início de 2020, concentramos nossos esforços na promoção de encontros mensais de “formação” (grupo de estudos), pois a maioria de nós não estudava gênero em suas pesquisas principais. Nesses encontros, nós (ou convidadas) líamos e debatíamos textos sobre Gênero e RI. Em geral esses textos eram de autoras do Norte Global, pois elas eram as referências mais consolidadas na disciplina. As reuniões aconteciam no IRI ou na biblioteca do IRI, e apesar da divulgação dos encontros, em geral só compareciam as mulheres do próprio instituto.
Onde estamos
O ano de 2020 talvez tenha sido um ponto de virada para o grupo. Já no início do ano, as integrantes buscaram pensar uma organização mais ambiciosa para as atividades do MaRIas IRI-USP, com objetivos mais concretos e a produção de materiais. No entanto, parte dos planos tiveram de ser modificados tendo em vista a eclosão da pandemia que afligiu o mundo e que acabou exigindo também uma nova organização das MaRIas.
A mudança para a modalidade virtual, a despeito de todas suas dificuldades, acabou, por outro lado, possibilitando que o grupo expandisse os encontros mensais de seu grupo de estudos, com a participação de pessoas, inclusive, de outras cidades, e que, de outra forma, provavelmente não teriam a possibilidade de ir até a Cidade Universitária para as nossas reuniões.
A sobrecarga que a pandemia gerou para as mulheres também foi objeto de nossa inquietação e a partir disso, começamos uma frente de pesquisa para analisar como a crise sanitária estava impactando as mulheres docentes de pós-graduação de RI no Brasil. Além disso, a ideia de organizar um seminário, já existente antes da pandemia, mas em um escopo menor, acabou se concretizando na modalidade virtual, em uma proporção que superou todas as nossas expectativas. O evento também produziu muitos frutos no que diz respeito à articulação das MaRIas com outros grupos de gênero pelo Brasil, consolidando uma rede de gênero, sexualidade e RI.
Assim, essa nova fase acabou exigindo também uma reestruturação interna para conseguir responder a novas demandas e frentes de atuação criadas. Atualmente, estamos organizadas em cinco áreas:
1) Pesquisa
2) Relações Institucionais
3) Comunicação
4) Grupo de Estudo
5) Prospecção
Aonde queremos chegar
Com o aumento das demandas, o grupo também precisou crescer. Realizamos recentemente um processo seletivo para noves integrantes, e começamos 2021 em um novo ciclo, com muitas novidades e uma força renovada. Esperamos conseguir fortalecer o trabalho já existente em nossas áreas, e, quem sabe, futuramente, também expandir nossa atuação com mais pesquisas, mais eventos e, é claro, mais parcerias.
Esperamos que as MaRIas consigam espalhar suas sementes e contribuir cada vez mais com a luta pela igualdade de gênero na Academia, nas Relações Internacionais e na sociedade de uma forma geral.